A dança diária
Talvez a vida seja
assim mesmo, uma dança. Uma dança onde a bailarina deve fazer os
movimentos corretos: movimentos graciosos com os braços, giros rápidos
com as pernas, e se houver algum movimento errado, por que não improvisar?
O importante não é sempre saber qual será o próximo passo, mas estar
preparada para isso. Estar na ponta dos pés e manter o equilíbrio, entre
a razão e a emoção, não pender apenas para um lado. E se cair? Ah, se
cair, levantar-se com sutileza e segurança. Lembrando-se sempre que
errar é humano, cair faz parte, o importante não é a queda em si, mas a
recuperação, a superação.
Dançar ao ritmo da música, às vezes
devagar, às vezes rápido. Giros, pulos, piruetas. Mas quem disse que
você não pode ditar seu próprio ritmo? Colocar a sua singularidade no
palco? Seja o centro dele, com ou sem holofote.
Hipnotize a plateia
com o seu olhar, use de sensualidade, faz bem para o ego também. Deixe o
vento te guiar, mas mantenha o controle, sempre. A velha questão do
equilíbrio. Mude a música, mude a roupa, mude tudo o que for preciso,
mude até você mesma se acha que deve, o importante é conseguir se
reconhecer ao ver a sua imagem refletida no espelho.
Talvez uma
mulher seja assim mesmo, uma bailarina. Escolhe seu palco, sua plateia,
sua música, seu vestido. Arruma o cabelo do jeito que achar melhor, se
olha no espelho e vê ali tudo o que precisa para ser feliz.
Apesar
de sempre querer aplausos da plateia no final de uma apresentação, no
final das contas isso não importa tanto, o que importa é sentir-se bem
consigo mesma, perceber que fez o seu melhor e sentir orgulho disso.
Está na hora de mais uma apresentação, mais um dia começa.
Sorri, coloca as sapatilhas e vai para o palco. O palco da vida.
Iara Santos
Imagem: Internet
01 de Julho de 2014