terça-feira, 1 de julho de 2014

Texto: A dança diária

A dança diária


Talvez a vida seja assim mesmo, uma dança. Uma dança onde a bailarina deve fazer os movimentos corretos: movimentos graciosos com os braços, giros rápidos com as pernas, e se houver algum movimento errado, por que não improvisar?
O importante não é sempre saber qual será o próximo passo, mas estar preparada para isso. Estar na ponta dos pés e manter o equilíbrio, entre a razão e a emoção, não pender apenas para um lado. E se cair? Ah, se cair, levantar-se com sutileza e segurança. Lembrando-se sempre que errar é humano, cair faz parte, o importante não é a queda em si, mas a recuperação, a superação.
Dançar ao ritmo da música, às vezes devagar, às vezes rápido. Giros, pulos, piruetas. Mas quem disse que você não pode ditar seu próprio ritmo? Colocar a sua singularidade no palco? Seja o centro dele, com ou sem holofote.
Hipnotize a plateia com o seu olhar, use de sensualidade, faz bem para o ego também. Deixe o vento te guiar, mas mantenha o controle, sempre. A velha questão do equilíbrio. Mude a música, mude a roupa, mude tudo o que for preciso, mude até você mesma se acha que deve, o importante é conseguir se reconhecer ao ver a sua imagem refletida no espelho.
Talvez uma mulher seja assim mesmo, uma bailarina. Escolhe seu palco, sua plateia, sua música, seu vestido. Arruma o cabelo do jeito que achar melhor, se olha no espelho e vê ali tudo o que precisa para ser feliz.
Apesar de sempre querer aplausos da plateia no final de uma apresentação, no final das contas isso não importa tanto, o que importa é sentir-se bem consigo mesma, perceber que fez o seu melhor e sentir orgulho disso. Está na hora de mais uma apresentação, mais um dia começa.
Sorri, coloca as sapatilhas e vai para o palco. O palco da vida.


Iara Santos
Imagem: Internet


01 de Julho de 2014

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