quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Mayara Nascimento

Nome: Mayara Nascimento
Idade: 21 anos
Profissão: Professora de História, Cantora e compositora
Nome artistico: Yaya Bonneges

(Entrevista feita no Morumbizinho MC)

Você sofreu pressão ou cobrança de você mesma após completar 18 anos?
Sofri muito, muito. Quando eu fiz 18 anos eu me cobrei coisas que eu não precisava, então eu trabalhava e estudava, mas achava que tava pouco. Eu sempre queria mais, e isso acabava me prejudicando.
Resposta 2: Sofri bastante, eu me cobrava muito. Quando eu fiz 18 anos eu queria fazer o melhor de mim, com trabalho e essas coisas eu me esforçava muito, e acabava deixando de viver.

Por quê?
Porque eu acabava deixando de viver um pouco

Você sofre com alguma questão estética?
Não

Você já modificou algo no seu corpo por pressão de alguém?
Também não. De jeito nenhum, eu sempre fui por mim. Em questão de corpo, você pode falar que eu sou baleia, eu não ligo.

Você já foi influenciada?
Também não, nem quando era adolescente.

Você tem vontade de mudar alguma coisa no seu corpo?
Não, se for para mudar vai ser naturalmente.

O que você não mudaria de jeito nenhum e por que.
No meu corpo? O cabelo. Eu gosto de mexer nele, pintar e essas coisas, mas particularmente é o que eu mais gosto.

Você se considera muito vaidosa? Se preocupa demais com a aparência?
Vaidosa, assim nesse ponto não. Eu gosto de ter uma boa aparência, mas assim, questão de extremo, não acho necessário.

Você liga para a opinião dos outros em relação a você?
Não, eu penso na minha opinião e pronto. Sou muito egoísta nessa parte.

Você já fez alguma coisa errada devido a influência de amigos?
Fiz sim, na minha adolescência. Eu já fui em embalo de bebidas, já fui e em embalos de até uma vez cabular aula. Só isso.

Como você reage ao ouvir um elogio malicioso?
Eu finjo que não escuto.

Mas você gosta ou não?
Não.

Como era a sua relação com os seus pais?
Bom, não é a melhor, mas também não é ruim. Converso, não moro com os meus pais, então tenho um pouquinho de amizade com eles, sou muito distante do meu pai, mas não porque eu quero, é porque ele mora longe mesmo. Não temos tanta afinidade como também não temos inimizade.

 O que você mais gosta de fazer e o que menos gosta?
O que eu mais gosto de fazer é cantar. E o que eu menos gosto? Eu não gosto de acordar cedo.

No que você mais mudou na transição de adolescente para a fase da mulher?
É uma questão que acho que acontece com todo mundo: amadurecimento.

 Mas em relação a quê? O que você pensava antes que pensa diferente agora?
Eu era muito aberta, qualquer coisa para mim era legal. E hoje eu vejo assim: tem coisas certas né, momentos certos, tem momentos certos de você concordar, você seguir aquilo, assim, em relação por exemplo. Você tem que ter um amadurecimento muito mais forte do que na adolescência.
Na adolescência você é aberta, não leva a sério, né.

Há algo que você gostaria de ter mas não tem?
No momento, assim, acho que tudo o que eu tenho tá bom.

Você se considera ambiciosa?
Às vezes, as vezes eu quero uma coisa que eu quero mais, e quero mais.

E materialista?
Não, não sou não.

Qual é o seu sonho?
Um sonho? Ser reconhecida, mais musicalmente.

Por que você escolheu a carreira musical?
Eu, na verdade, não era para ter escolhido. Porque eu brincava no karaokê brincando, brincando desde pequena com a minha mãe e as pessoas falavam “essa menina tem talento”, e eu fui cantando, cantando. E quando eu vi já estava dentro. Foi automaticamente.

Quais são suas referências artísticas?
MPB, Rock, samba, isso é o que me influencia. Totalmente ligado ao meu cotidiano, totalmente ligado ao meu sangue, mas outras músicas me fazem bem também. De vez em quando eu gosto de ouvir um samba de raiz, um sertanejo de raiz, gosto de ouvir um baião, adoro.
Mas o que me influencia muito é o MPB e o rock.

E quando você percebeu que havia mudado? Amadurecido?
Olha, para falar a verdade, eu sempre estou amadurecendo, em uma coisa nova. Mas quando eu percebi, foi quando eu me separei.

A aceitação em relação ao corpo, personalidade, se torna mais fácil depois da adolescência? Por quê?
Não. Para mim é um pouco mais difícil porque você acaba se cuidando mais, preocupação.

E qual é a sua opinião sobre o machismo?
Eu odeio. (Inaudível) Sou totalmente contra o machismo.

Você já sofreu algum preconceito machista?
Sim, questão de por exemplo, uma mulher não poder estar aqui sozinha (moto clube); questão de até jogar bola, por exemplo, já ia falar “não, sai daqui, você não poed jogar bola, isso é para homem, coisa de mulher é lavar louça” quando eu ouço isso quero morrer. Questão assim eu compro briga.

Para você qual a importância da mulher na sociedade?
A mulher, em primeiro lugar, tem que se valorizar, porque se o mundo tá perdido é hoje. Tem que se valorizar, e assim, a mulher é muito importante, ela só tem que se impor mais. Porque ultimamente a mulher está deixando de mostrar o valor que tem, até mesmo historicamente, lutou tanto pelos direitos e hoje está sendo desvalorizada.
Então eu acho que assim, a mulher já é importante, só tem que aprofundar, dar aquele empurrão e não deixar que acabe.

Você percebe algum preconceito explícito?
Acho que tá bem aberto, todo mundo vê. O preconceito está em todos os lugares.

Em algum momento já foi tratada com inferioridade?
Não que eu lembre agora.

 Com quantos anos você perdeu a virgindade?
Faltava três dias para eu fazer 18 anos.

Você tem uma visão sobre sexo diferente hoje em dia?
Ah, com certeza. Toda certeza eu tenho, porque você vai, não adquirindo experiência, mas normal. Conforme o tempo você vai tendo uma relação e vai aprendendo mais. E hoje eu vejo bem diferente.

Como você via antes e como você vê agora?
Eu achava que era uma coisa que para você ter uma relação tinha que ter amor. Hoje não, hoje você vê as pessoas, é lógico tem gente que sente, mas as pessoas fazem mais sexo por prazer.

Você mudou após a sua primeira relação sexual?
Meu corpo mudou muito, não teve nem como esconder por exemplo, da família. Adivinharam, então assim, o corpo mudou bastante. Mentalidade, assim, mudou também. Quando você vai descobrindo aonde toca, aonde não toca, vai mudando.

O que é sexo para você?
Sexo é prazer. Como diz a Rita Lee né “Sexo é um esporte”. A música da Rita Lee, Amor e sexo acho que diz totalmente a diferença entre amor e sexo.

Seus pais conversavam sobre sexo om você na adolescência?
Nunca conversaram. Nunca. Eu descobri tudo isso na rua, tudo foi na rua.

Você pensa em ter filhos?
Penso, sem dúvida eu quero ter um filho.

Você pretende conversar com eles sobre isso na adolescência?
Eu quero ser aquela mãe que meu filho chega e diga assim “Tive minha primeira relação” e por eu já ter dado aquele empurrão nele, e dito aonde está certo, aonde está errado. Eu quero ser aquela pessoa que ensina meu filho.

 Você busca qualidades/valores diferentes nos homens em contraponto com a adolescência?
Sim, porque é importante, não pode escolher qualquer pessoa.

Com quantos anos você se casou?
Com 16 para 17 anos eu já fui morar junto. Não era um casamento assim.

Você trabalhava depois de casada?
Eu trabalhava. Trabalhava na Claro, antiga Embratel, tinha um cargo bom lá, era gerente de vendedor, então o cargo era bom. Hoje eu trabalho também, mas não estou mais nessa área, mas também me separei.

Como é a sua relação de independência na questão financeira?
Hoje eu não estou mais independente, hoje estou um pouco mais dependente, por conta do cargo que eu mudei, caiu muito do que eu ganhava antigamente.

Após o casamento você mudou muito?
Sem dúvida. Mudei muito, muito. Amadureci muito, aprendi muito.

E de que forma sua vida mudou?
Em certa parte foi a melhor parte, assim, as melhores coisas que eu mudei. Eu amadureci muito, foi para melhor, foi para o lado bom.

Você se arrepende de ter casado?
Não em arrependo porque é bom. Se você não quebrar a cara você não aprende, como diz o velho ditado.

Você pensa em se casar novamente?
Eu penso, penso sim. Porque eu acho que quando as pessoas se gostam não tem motivo de não estar juntos, morando juntos.

Qual foi a fase mais difícil da sua vida? Como você reagiu?
Eu tive dois momentos ruins. Um de relação e um momento de perda: em 2004 eu perdi minha tia, que era como uma mãe para mim, eu sofri muito, sofri demais, para mim ali tinha acabado o mundo, não queria saber de mais nada, mas até então eu era adolescente, estava entrando na fase da adolescência, a gente passa por tantas coisas na adolescência que a gente aprende.
E em relação foi quando eu me separei, eu entrei em depressão mesmo, em depressão profunda, de psiquiatra querer pegar e passar remédio para mim, mas ai eu fui mais forte, falei que não iria tomar remédio para não piorar. Recentemente tive um problema com relação a namoro, sofri bastante, mas tudo a gente supera.

O que você cursou na faculdade?
História.

Quando você decidiu o que ia cursar?
Na sétima série. Na sétima série eu já, minha melhor nota era na matéria de história, eu me dava bem, gostava da professora para caramba, a gente se dava muito bem. E de todas as matérias ou era educação física ou era história, mas eu sou um pouco medrosa, não gosto nem de ver sangue, então para fazer educação física, quando eu soube que tinha anatomia não quis mais saber, então falei, vai ser história que é o que eu gosto.

Qual é a sua maior conquista até hoje?
A faculdade. A faculdade, sou a primeira da família a ter uma faculdade, a primeira da família a terminar o ensino médio e ainda ir para a faculdade.

Você tem um livro favorito?
Tenho vários. Mas o que eu mais me identifico, são todos do Harry Potter, nossa, que eu assisti e li todos, então assim, me dei bem com o livro e outro que gosto muito, assim é do Machado de Assis, Dom Casmurro. Sou apaixonada por aquele livro.

Como você se imagina daqui a dez anos?
Eu me imagino de duas formas: Eu sendo uma professora de faculdade ou já estando ai fazendo shows no Brasil.

Em que ou em quem você pensa ao longo do dia?
No meu namorado.

O que em si mesmo te orgulha?
Em mim, o que me orgulha é a força de vontade.

Qual é o seu maior defeito?
Meu defeito? Ao mesmo tempo que eu tenho força de vontade eu tenho muita preguiça também.

Gostaria de ter uma filha igual a você?
Ai, seria um orgulho ver uma filha cantando, seria um orgulho.

 Você acha que uma mulher consegue conciliar trabalho, casamento?
Consegue, sem dúvida consegue. Eu conheço muitas pessoas assim, que dá conta e consegue.

Quais foram as suas maiores dificuldades para entrar no mercado de trabalho?
Eu sou um pouco gaga, eu acho que isso atrapalha um pouco, principalmente quando estou nervosa, ai eu começo a gaguejar e vai.

O que é mais gratificante no seu trabalho?
O respeito, quando o aluno tem, por você e quando você vê que ele está prestando atenção e está aprendendo, não tem coisa melhor. Você vê que está aprendendo o que você está ensinando.

E na música?
Na música eu gosto de ver as pessoas curtindo, pessoas agitando, isso me deixa bem.

Seus dois empregos são aquilo que você esperava? Você está feliz com eles?
Estou. Realizando os dois sonhos, quando eu comecei a vida.

Qual é a mensagem que você pretende transmitir com os seus trabalhos?
Olha, musicalmente, é você cantar, tocar com o coração, porque se você tá com o coração, com certeza a pessoa que vai estar te ouvindo vai se sentir bem, se a pessoa tem, por exemplo, o dom de cantar também, com certeza ela vai se sentir influenciada e tentar fazer do mesmo jeito.
Já na sala a mensagem é simples, porque se você não aprender você pode não ter um futuro bom, nada como você ter um futuro aprendendo.

Você tem uma religião?
Sou espírita.

O que você considera intolerável?
Falar por trás, falar nas costas, esconder entendeu? Você vir conversar comigo, virar as costas e falar mal. Isso não dá para suportar.

Você já perdeu alguma oportunidade por medo de tentar?
Já. Eu recebi a oportunidade de jogar no Fluminense, no futebol feminino.

Você é uma pessoa ousada?
Quando eu quero.

O que você gosta de fazer no seu tempo livre?
Gosto de ficar na internet, tocar violão e compor.





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